“Depois, como tenho feitio combativo, resolvi fazer frente à adversidade, desafiar a vida e dizer em silêncio mas com profunda convicção: Vou trabalhar, tenho de trabalhar, quero trabalhar.” (Ao Fim da Memória, I Vol., p.177).
É então que começa a colaborar com os jornais Diário de Lisboa, A Pátria, Diário da Manhã e com a revista ABC, e mesmo a fazer alguns trabalhos decorativos de colaboração com algumas artistas plásticas da sua geração: Sarah Affonso, Ofélia Marques, Maria Adelaide Lima Cruz, as irmãs Roque Gameiro. É graças à contingência familiar que Fernanda de Castro sai de casa, do recolhimento a que habitualmente estavam destinada as meninas da sua condição social, e entra na cena pública. Uma emancipação que nada tem de chocante nem de escandaloso, mas que não deixa de ser uma solução ousada para a época.
Foi ainda a decisão, a necessidade e a vontade de trabalhar que fizeram com que a Poetisa transpusesse a fronteira entre um mundo passado, que se perpetuava nos salões literários por si frequentados a princípio (Veva de Lima, Elisa de Sousa Pedroso , Clarinha (Carlota Serpa Pinto), Branca de Gonta Colaço, Adelaide Lima Cruz, Bé Ameal, onde pontuava ainda uma estética tardo-romântica e uma moral puritana, e entrasse nessa nova era que nascia, já devedora das primeiras experiências de modernismo em Portugal, e em que António Ferro havia participado, causando nesse diálogo entre dois mundos forte impacto.
Em casa dos Leitão de Barros, de quem era vizinha na Travessa de Santa Quitéria, viria a contactar com José Leitão de Barros, casado com Helena Roque Gameiro, com as suas irmãs Maria Luísa, casada com Cottinelli Telmo, e Teresa, com quem escreveu a peça de Teatro Mar Alto, e que a instigou, em 1919 a publicar o seu primeiro livro de versos, Ante-manhã. Depois chegariam também a esses chás literários Virgínia Vitorino, Augusto Santa Rita, Américo Durão, José Borges de Oliveira, Luís Reis Santos, etc.
(“O diálogo das artes no feminino” in ARTIS : revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa / dir. Vítor Serrão )
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“Depois, como tenho feitio combativo, resolvi fazer frente à adversidade, desafiar a vida e dizer em silêncio mas com profunda convicção: Vou trabalhar, tenho de trabalhar, quero trabalhar.” (Ao Fim da Memória, I Vol., p.177).
É então que começa a colaborar com os jornais Diário de Lisboa, A Pátria, Diário da Manhã e com a revista ABC, e mesmo a fazer alguns trabalhos decorativos de colaboração com algumas artistas plásticas da sua geração: Sarah Affonso, Ofélia Marques, Maria Adelaide Lima Cruz, as irmãs Roque Gameiro. É graças à contingência familiar que Fernanda de Castro sai de casa, do recolhimento a que habitualmente estavam destinada as meninas da sua condição social, e entra na cena pública. Uma emancipação que nada tem de chocante nem de escandaloso, mas que não deixa de ser uma solução ousada para a época.
Foi ainda a decisão, a necessidade e a vontade de trabalhar que fizeram com que a Poetisa transpusesse a fronteira entre um mundo passado, que se perpetuava nos salões literários por si frequentados a princípio (Veva de Lima, Elisa de Sousa Pedroso , Clarinha (Carlota Serpa Pinto), Branca de Gonta Colaço, Adelaide Lima Cruz, Bé Ameal, onde pontuava ainda uma estética tardo-romântica e uma moral puritana, e entrasse nessa nova era que nascia, já devedora das primeiras experiências de modernismo em Portugal, e em que António Ferro havia participado, causando nesse diálogo entre dois mundos forte impacto.
Em casa dos Leitão de Barros, de quem era vizinha na Travessa de Santa Quitéria, viria a contactar com José Leitão de Barros, casado com Helena Roque Gameiro, com as suas irmãs Maria Luísa, casada com Cottinelli Telmo, e Teresa, com quem escreveu a peça de Teatro Mar Alto, e que a instigou, em 1919 a publicar o seu primeiro livro de versos, Ante-manhã. Depois chegariam também a esses chás literários Virgínia Vitorino, Augusto Santa Rita, Américo Durão, José Borges de Oliveira, Luís Reis Santos, etc.
(“O diálogo das artes no feminino” in ARTIS : revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa / dir. Vítor Serrão )
Vim aqui roubar-lhe um poema,"Asa no Espaço», para postar no meu blogue. Espero que não se importe...
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