António Quadros Ferro - Imediatamente antes de viajar até França, conviveu com Fernanda de Castro, para quem tocou piano em troca de umas aulas de Francês. Do que é que se lembra desses encontros?
António Rosado - Conheci Fernanda de Castro, de quem guardo uma memória luminosa pela estima que nutro: lembro-me de uma senhora superiormente inteligente com grande espírito e sempre agradável, apesar de acamada. De facto, fui muitas vezes conversar com ela em francês, a pedido de uma amiga, a Maria Luísa Garin que era simultaneamente amiga da minha professora de piano, Gilberta Paiva. Apesar de ter tido francês no liceu, foi importante para desenvolver a conversação e assim passávamos parte da tarde em conversas dos mais variados temas. Não poucas vezes ela perguntava-me pelos meus estudos e pedia-me amavelmente se queria tocar piano, umas vezes sozinha, outras com amigas que como sabe, passavam para beber um chá. Falava-se de música, do país, eventualmente de política e gostava de contar factos do seu passado. Enfim, como imagina, guardo as melhores recordações dessa época.
*Adaptação livre de uma conversa com António Rosado em Novembro de 2011
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António Rosado iniciou os seus estudos musicais aos três anos de idade com o pai. No Conservatório Nacional de Lisboa, na classe de Gilberta Paiva, formou-se com a classificação máxima. Aos dezasseis anos foi para Paris como bolseiro do Governo Francês, da Fundação Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura. Aí encontra Aldo Ciccolini de quem vem a ser discípulo no Conservatório Nacional Superior de Música e nos cursos de aperfeiçoamento em Siena e na Academia de Biella em Itália. Continue a ler aqui.
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