Fernanda de Castro publica A Vida Maravilhosa das Plantas em 1964, com capa e ilustrações de Inês Guerreiro, numa pequena edição de autor. O rigor científico deste estudo é acompanhado pela sensibilidade poética com que a escritora descreve e analisa as plantas, as árvores, as folhas, os frutos, as sementes, os caules e até os insectos, com o ser-humano no horizonte. O maravilhoso mundo dos seres vivos que acompanha toda a sua produção poética, surge aqui em forma de ensaio revelando o profundo conhecimento de Fernanda de Castro sobre o reino vegetal, mundo que intuía como ninguém:
“(…) À primeira vista, a imobilidade da Planta parece dever condenar ao fracasso todos os seus esforços, todas as suas tentativas, mas a sua imaginação é fértil e são inúmeros os estratagemas de que se serve para alcançar o seu quinhão de luz: plantas que nascem rasteiras elevam-se à força de gavinhas, de acúleos, de raízes adventícias, de espinhos e até de pêlos, como o Lúpulo que (…) consegue rodar sobre si mesmo, dando uma volta completa ao caule.”
Fernanda de Castro
Em A Vida Maravilhosa das Plantas, Edição de Autor (1964)
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