Sem lápides, sem chumbo, sem jazigo;
caixão de tábuas, derradeira casa,
onde repousarei, frágil abrigo,
até me libertar num golpe de asa.
caixão de tábuas, derradeira casa,
onde repousarei, frágil abrigo,
até me libertar num golpe de asa.
Então, quando estiver a sós comigo,
que ninguém chore porque o choro atrasa,
mas que alguém, se quiser, num gesto amigo,
ponha roseiras sobre a campa rasa.
que ninguém chore porque o choro atrasa,
mas que alguém, se quiser, num gesto amigo,
ponha roseiras sobre a campa rasa.
Será medo o que sinto? Não é medo.
Serei, não serei digna do Segredo?
Ah, meu Deus, para lá das nebulosas,
Serei, não serei digna do Segredo?
Ah, meu Deus, para lá das nebulosas,
Mereça ou não a expiação, a dor,
entrego-Te a minha alma sem temor.
O que resta, o que sobrar, é para as rosas.
entrego-Te a minha alma sem temor.
O que resta, o que sobrar, é para as rosas.
Fernanda de Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário